terça-feira, julho 10, 2007

ADEUS, SOPHIA

Passaram três anos sobre a morte de Sophia de Mello Breyner Andresen, ocorrida em 2 de Julho de 2004. Que melhor homenagem do que partilhar aqui, um poema de uma sua admiradora…

Imagem daqui


Por fim, Sophia
desatados os laços
vencidos os limites
estende-te o mar o seu tapete de ondas
como quem estende os braços
Respondes ao convite?

Guardou, só para ti
na tua metade maresia
prodígios, espantos, maravilhas
estranhos como Giocondas…
Esperam-te as ilhas
que sonhaste
E esses corcéis que nunca cavalgaste
sacodem já as crinas
em desafio

Segue o teu fio
de praias extasiadas
de manhãs cristalinas
até que se te acabem as areias
e te venham buscar
breves, aladas
as vagas por que anseias

Vai, ruma ao Norte
desprende-te do Sul
que a tua sorte
não é daqui, é de outro azul

Vai, habitar para sempre o Mar da Poesia

Adeus, Sophia.

(Poema de
AV in Porta do Vento)

7 comentários:

  1. Sofia não tem rosa de ventos - é de outro azul - até sempre Sofia

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  2. Belíssimo poema e bem ajustado à nossa Sophia.

    Retracto-me por não me ter lembrado do aniversário da sua morte (2 de Julho de 2004).
    Obrigado, Poesia, por mo lembrares.

    Estive aqui há pouco e corri ao meu blogue para colocar o poema humilde que aqui vos deixo, e que escrevi precisamente, como homenagem, na data do seu falecimento:

    Sophia Andresen

    Contou-nos tempos e distâncias
    Na transparência dos regressos
    Falou-nos da sabedoria dos gregos
    Cantou-nos deuses mitos e poetas
    E marejou sob as velas dos portugueses
    No ouro límpido dos poemas

    Ensinou-nos a escutar o vento
    O impulso das ondas
    O murmúrio das fontes
    E a apreciar o encanto da noite e a clareza do dia
    No espelho azul dos horizontes
    Onde a paz se funde com a harmonia

    Ensinou-nos a comungar a terra e as flores
    A haurir o perfume dos pinhais e da maresia
    A admirar o voo e a música das aves
    E a maravilha das sombras e das cores
    Onde a terra-mãe fala com as árvores

    Falou-nos da paz que imana do amor e da verdade
    E levou-nos às auroras onde mora o sol
    E ao fulgor da justiça e da liberdade
    Onde brotam as rosas do tempo inicial



    Um abraço.

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  3. Obrigada, honrada pela escolha do meu poema. Sophia é uma poeta inspiradora.

    Abraço
    AV

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  4. um lindo poema numa homenagem sempre adequada

    boa noite

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  5. Merecida homenagem a uma grande dama da poesia.
    Bjs
    Z

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  6. bem lindo este poema de homenagem a Sophia...

    bjs

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