quarta-feira, março 19, 2008

No corpo que me abriste



No corpo que me abriste, com amor,
Com amor lancei minha semente.
E a seiva germinou e se fez flor
E o verbo tomou forma e se fez gente
.
E quando sobre nós, lançando a dor
Nos separa o fascismo prepotente,
Tu não estavas só, pois em amor
Crescia a nossa filha no teu ventre
.
Recordo a tua imagem sorridente
Passando junto aos muros da prisão
(Por trás a velha Sé, o Tejo em frente)
.
E eu, preso à doçura da visão,
Bebendo no teu riso transparente
O orgulho que te enchia o coração


(Soneto de
António Melenas, dedicado a sua Esposa Adelina )


Até Sempre, Melenas


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6 comentários:

  1. Só me resta em silêncio, estar junto a vós neste momento!!!!!

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  2. Um maravilhoso contador de histórias e poeta que permanecerá sempre entre nós.
    Até sempre

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. um soneto tão doce, tão belo ...

    viverá na lembrança de muitos, da nossa!

    um partir que me deixou surpresa e é em silêncio que estou

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  5. Uma bela e doce homenagem. Decerto viverá na lembrança de seus amigos e familiares.
    Duarte

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  6. Infelizmente temos vindo nos últimos tempos, a ver desaparecer de forma definitiva e irreparável muitas pessoas queridas que participavam nesta imensa comunidade bloguística.
    Bjs.

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