sábado, outubro 15, 2011

Ensaio sobre o esquecimento


Imagem de Fefa Koroleva



O tempo tudo apaga e a rasura
desaba repentina sobre os olhos:
os dedos da memória sem espessura
começam a safar como se escolhos

os poemas que atirei pela janela
numa garrafa cheia de vazio
(não sei se para os bolsos de uma estrela
se para o leito seco de algum rio)

Eis como sinto a sílabas que outrora
circulavam no sangue das palavras,
a súbitas perdidas, pois agora
almejam ser apenas anuladas:

esquecidas que foram para alguém
o corpo dos poemas de ninguém

Poema de Domingos da Mota in A espessura do tempo

14 comentários:

  1. .

    .

    . porém . há um poema que permanece . fora do tempo que tudo apaga .

    .

    . este .

    .

    . um bom fim.de.semana .

    .

    .

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  2. Obrigado pela divulgação deste meu poema.
    Cumprimentos.

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  3. Gostei muito do poema e o poema não será nunca aqui esquecido.
    Mais uma bela escolha como já nos habituaste. Um blog que deveria ser considerado de utilidade publica.
    bjokas

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  4. Feliz escolha, a deste poema. Bem construído, e expressivo na sua linguagem metafórica.
    Parabéns ao autor, e à responsável pelo Poesia Portuguesa por o ter inserido.

    Carlos Ferreira

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  5. o corpo dos poemas será sempre de alguém.

    achei o poema muito bonito além de estar bem rimado.

    um beij

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  6. Além de excelente, este poema de Domingos Mota, é senhor de metáforas divinais.
    Parabéns ao autor e bem hajas Menina Marota, pela escolha.
    Bjito amigo e uma flor

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  7. Um poema tão belo jamais se poderá apagar na poeira do esquecimento...

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  8. Esquecer, como bem colocou o poeta, nutre-se dessa amplidão de lembranças. Parabéns, Domingos. Abraços,
    Pedro.

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  9. O Domingos da Mota, como nos habitou, ou seja, no seu melhor.
    Parabéns ao Poeta e à Menina Marota, pelo blog.
    eduardo roseira

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  10. O Tempo..."tudo apaga e a rasura// desaba..."

    Um escelente poema...que deixa um brilho intenso na mente depois de se ler....
    porque as sílabas se unem e formam palavras de "Alguém"!!!

    Um prazer

    Obrigada!

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  11. È um belo poema merecedor de ser divulgado. Apreciei a segunda quadra:

    "os poemas que atirei pela janela
    numa garrafa cheia de vazio
    ..."

    Vou colocar este blog nos n/links, pois estou de volta.

    Peter

    conversas.xaxa@gmail.com

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  12. Consegui vir até cá, apesar da precariedade da ligação, mas não encontro as condições de publicação.
    Muito bom este soneto de Domingos da Mota.

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