quarta-feira, abril 04, 2018

JURA - Antero de Quental

Judith Leyster

Pelas rugas da fronte que medita...
Pelo olhar que interroga — e não vê nada...
Pela miséria e pela mão gelada
Que apaga a estrela que nossa alma fita...

Pelo estertor da chama que crepita
No último arranco duma luz minguada...
Pelo grito feroz da abandonada
Que um momento de amante fez maldita...

Por quanto há de fatal, por quanto há misto
De sombra e de pavor sob uma lousa...
Oh pomba meiga, pomba da esperança!

Eu te juro, menina, tenho visto
Coisas terríveis — mas jamais vi coisa
Mais feroz do que um riso de criança!

Antero de Quental


12 comentários:

  1. Antero, desalmado,
    com alma única.
    "Sob uma lousa".

    Grato pela visita.

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  2. Antero
    Uma poesia clássica
    Gostei muito
    Beijos
    Lua Singular

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  3. Antero
    e um poema acutilante
    boa partilha
    bom domingo
    beijinhos
    :)

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  4. Sempre que encontro um poema de Antero de Quental, prometo a mim mesma voltar a lê-lo. E ainda não aconteceu... Gostei de o encontrar aqui.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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