Pintura de John Landa |
Poema de José Craveirinha (Moçambique)
Pintura de John Landa |
Clicar para aumentar- imagem Google |
Evgeni Gordiets |
(imagem daqui) |
E PEDE-ME AGORA O QUE NÃO DEVIA
Reparastes, donas, que no outro dia
O meu namorado comigo falou
Como se queixava? Tanto se queixou
Que lhe dei o cinto, dei-lhe o que podia;
E pede-me agora, o que não devia.
Vistes (antes nunca tal coisa se visse!)
Que à força de muito, muito se queixar,
Fez-me da camisa o cordão tirar;
O cordão lhe dei: no que fiz tolice,
E o que pede agora, antes não pedisse.
Das minhas ofertas, João de Guilhade,
Enquanto as quiser, não o privarei,
Que muitas e boas, já dele alcancei;
Nem lhe negarei, minha lealdade,
Mas…de outras loucuras, tem ele vontade!
Poema de João Garcia de Guilhade, trovador português,
nascido em Milhazes, concelho de Barcelos durante o século XIII.
Capa do livro
UM DIA
Um dia
vou dizer-te,
a versão eloquente
de quem fomos,
…dizer-te
dum pretérito simples,
e do futuro condicional
incerto.
Leremos livros
de odores ligeiros
saboreando chás
de sabores diversos,
Diremos poemas
inventaremos núpcias
juraremos juras
e cantaremos versos,
Descobriremos portos,
barcos, travessias,
tormentas brancas
e algumas calmarias…
Tudo isto amor,
e nada mais,
brandos e contemplativos,
eu prometo,
…um dia.
(Bósnia 1998)
Poema de Teresa Cunha
in, III Antologia de Poesia Contemporânea, (Chiado Editora)
CONVITE
Espero encontrar-vos lá!