segunda-feira, janeiro 30, 2006

Não empregar o nome em vão…

"Ao dar início a este Blog foi minha intenção valorizar os autores Portugueses por vezes tão mal amados por aqueles que falam a sua língua."



Este foi o intróito que escrevi, quando resolvi incluir nas páginas deste blog, poemas e textos de outros blogues, que pela sua força e sensibilidade, achei que os deveria aqui partilhar, sabendo de antemão que não eram escritos por nomes sonantes da nossa Poesia.

Este Blog era um projecto que acarinhava na minha mente, em dar a conhecer Poesia e Poetas de Língua Portuguesa, independentemente de serem conhecidos ou não.


Foi isso que fiz.


Parti à aventura, “navegando” por entre palavras profundas de almas sensíveis, que sem qualquer interesse, ofereciam a quem as lia, toda a profundidade de sabedoria de sentires e afectos, que conquistaram o meu coração.


Por isso, quando li o comentário de um anónimo, que se assina por SA dizendo: - Aproveita para leres Poesia Portuguesa. Não empregues o seu nome em vão.veio-me à memória os Poetas mal-amados, desprezados, humilhados, pela sociedade que os não compreendia (estou a lembrar-me de António Aleixo), mas que anos depois, os elogiam, lhes levanta monumentos e, os trata quase como heróis…


“Não empregues o seu nome em vão” 


Como se pode empregar o nome da Poesia Portuguesa em vão, num local onde a prioridade é dá-la a conhecer?

Não poderia deixar passar este comentário em branco, não por considerar que afecta as minhas escolhas, mas sim os autores que escolhi pela beleza, sensibilidade e força das suas palavras.


É por eles, que aqui estou.


Deixo-vos um poema de alguém, que ainda hoje é tão mal amado por aqueles que falam a sua língua…


Chorosos versos meus desentoados,
Sem arte, sem beleza e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça Tristeza envenenados:

Vede a luz, não busqueis desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados:

Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizente voz a tirania:

Desculpa tendes, se valeis tão pouco;
Que não pode cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado e rouco.



( Poema de Manuel Maria Barbosa du Bocage)


Imagem de autor desconhecido

31 comentários:

  1. Quanto a comentários, ignora. A escolha de Bocage foi excelente. beijos

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  2. Excelente resposta. O poema já por si bastaria.

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  3. como sabe, ninguém é profeta em sua própria terra.
    Assim os Poetas na sua língua!


    Seja sempre Poesia, que é a linguagem dos pássaros,ou da alma .


    ***
    ***maat

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  4. Adoro o teu blog, as tuas imagens e os poemas, dou-te os meus parabéns.

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  5. Todos aqui presentes têm sua poesia, seu modo de versejar a vida... Quem sabe... se vc é poeta também e não o diz? Porque não apresenta algo seu, talvez assim as palavras dos outros sejam diferentes?
    bjusss

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  6. Quem desdenha quer comprar, nunca ouviste dizer?
    Eu gosto do teu blog por isso venho aqui sempre ler-te.
    beijocas

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  7. Muito bem respondido.
    Eu gosto dessas pessoas que dão chapadas por trás e escondem-se atrás da saia da mãe a seguir. Sem elas não poderia haver blogues do estilo de http://oprevaricador.blogspot.com ;)
    Aproveito para deixar para vós o meu blogue poético, este com poesia minha.
    http://um-homem-no-tempo.blogspot.com

    Os mais cordeais comprimentos.
    Atenciosamente,
    Paulo Segurado

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  8. Tenho aprendido imenso ao visitar o teu blog. Alguns poemas conheço, outros passei a conhecer. Obrigada pelo que nos dás a conhecer. Beijos.

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  9. Faço minhas as palavras de Travessias: os cães ladram e a caravana passa!
    Um beijo grande para ti

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  10. a tua resposta não podia ser melhor,
    adoro vir ler aqui poesia que partilhas, muita não conheço pois são de vários blogs que tu vais lendo e por isso te admiro,
    este poema do Bocage foi uma boa escolha, dou-te os parabéns e continua nesta tua caminhada

    beijinhos muitos para ti e estarei cá semptre

    lena

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  11. o meu poema favorito....uma beleza rara....um poeta incompreendido

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  12. Olá amiga, há pessoas que vem comentar só pelo prazer de desdenhar, tens um belo blog maravilhoso de ler. Beijinhos para ti e continua assim

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  13. Acreditas se te disser que perdi o teu link?! Bolas, desculpa linda. Tenho saudades tuas.
    Jinhos

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  14. conheci este blog hoje - gostei - a poesia é uma causa justa!
    abraço carlos peres feio

    http://podiamsermais.weblog.com.pt

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  15. Respondeste bem e encontraste o poeta certo para a resposta. E, depois, sabes bem que há gente que adora dizer coisas... só mesmo para ofender. Continua com este trabalho que tens feito com muita sensibilidade e empenho.
    Beijo grande

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  16. o teu blog é muito bonito! e esse, é o poeta da minha cidade. :)

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  17. Gostei da resposta!
    Anónimo que se esconde atrás de duas letras, pouco tem de nome e de senso...
    Eu gosto e quero continuar a passar por este cantinho, aprender e saborear as emoções feitas poesia.
    Beijinho

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  18. Nem discordo do que é dito. Aliás, nem poderia. Mas só me cheguei aqui para perguntar, só pela curiosidade óbvia: Quem é este girassol???!!!...

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  19. ...mais alguém com inveja...

    é sempre assim...mas não ligues...

    Bocage...é um dos meus poetas preferidos...

    beijokas

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  20. amei! :=)

    já completamente restabelecida?

    beijinho

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  21. Quem sou eu?
    Esqueci-me de colocar o link...
    Enfim, Girassóis há muitos...!!!
    Um abraço

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  22. Grande mensagem contém este post. Continue!

    Beijinhos.

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  23. Bocage é talvez o maior poeta português. mal amado? não acho. mal conhecido, sim. bjs

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  24. lembrei-me: o Amigo anónimo podia e devia colaborar com um poema seu,que fosse excelente, ou de outro, que não ele, mas também muito bom.
    Assim ,não se limitaria a opinar, mas ensinaria algo aos outros.

    Que ele, Querido anónimo, seja Abençoado pela poesia e pelos que a Amam.

    um beijo,
    ***maat

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  25. Quando te meteste nesse projecto já sabias que poderias receber alguns comentários de que não irias gostar. Comentários de pessoas que talvez não fossem entender, pessoas que fossem identificar-se com a tua maneira de sentir.
    Se o referes, tenho a certeza de que é porque ficaste com muito mais força e carinho para prosseguires!

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  26. Sempre foi, desde o mais remoto dealbar da história do homem, mais fácil destruir do que construir, criticar do que empreender, apupar do que aplaudir. Se um dia puderes (caso não o tenhas feito já), lê os diálogos Socráticos e, verás que, face a situações destas o grande mestre tinha uma máxima que mutatis mutamdis se aplica.
    Quando ensinava o sentido da sua filosofia, sendo acusado por corromper a sociedade e os jovens, Sócrates ante aqueles que não compreendendo o sentido da sua dialéctica se apresavam a rir do que dizia, usava comentar:
    “A chacota é o refúgio dos ignorantes, dos que não querem verdadeiramente aprender.” Este é um dos casos e permite-me uma só achega. Dar valor a todas as opiniões é humano, sobrevalorizar o fel escarrado sem reparo de qualidade é dar palanque a asininos que não sabendo comentar, apressam-se a criticar o que não foram capazes de empreender.
    Um grande beijo para ti…minha poesia, menina e mulher.

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  27. Existe pessoas que vivem numa espécie de auréola egocêntrica, centrada nos seus filtros culturais, fechados a novas ideias, a novos sentires, a novas expressões. Essas pessoas, os velhos do Restelo, acabam por serem julgados posteriormente, pelos seguidores, daqueles que julgou.
    Existem pessoas que acham que têm o direito de criticar destrutivamente, só pelo simples facto de não compreenderem o poema ou de não estarem ao mesmo suposto nível. Quem sois vós para julgar? Os todos poderosos eruditos? Não temos por acaso um prémio Nobel da literatura com a 4ª classe?
    Espero que todos os comentários deste post, tenham servido para clarificar e apoiar o excelente trabalho realizado pela Autora deste excelente Blog, que merece da minha parte todo o respeito e um Bem Haja!

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  28. Um poeta morre
    Quando morre o verso
    Quando amordaça a palavra
    Quando não solta o grito
    Mas o cala dentro de si.
    A poesia morre
    Quando não livre
    Se cala.
    Antes morta e calada
    Do que viva e meretriz.
    -Autora- Encandescente.

    O título do teu blog é bem claro.A divulgação da Poesia Portuguesa.
    São situações destas que nos dão mais força para continuar.

    :)

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  29. Minha querida amiga, lamento que ande tanta gente maldosa por este mundo, que o amor não sinta, nem a dádiva, a partilha do poeta na sua poesia. É gente obscura, sem luz, e desses não precisamos. Hoje algo me disse para vir aqui. Agora estou a ver porquê. Estranhei não teres continuado o teu belíssimo empenho em dar a conhecer a excelente poesia que há na net. A tua resposta não podia ser melhor, reforçada pelo magnífico Bocage. Continua a divulgação a que te dedicaste. Um bjinho grande, uma flor e sorri, amiga.

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  30. O post...foi a resposta merecida!

    A divulgação do poema do Bogage...
    uma bofetada sem mão!

    Minha querida...os cães ladram e a caravana passa!

    Continua a divulgar os poetas desconhecidos, com a mesma sensibilidade que tens tido!

    Um bem hajas de todos nós!

    Beijinhos minha Menina :)
    Maria

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  31. ola gostaria do poema
    de Manuel Maria Barbosa du Bocage

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