terça-feira, abril 25, 2006

Homenagem...






Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido

Aquele que deu tudo e não pediu a paga

Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite

Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício

Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse


(Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen
Dedicado a
Salgueiro Maia)

18 comentários:

  1. Que bonita homenagem, além de poetica é tambem realista!
    Salgueiro Maia é dos poucos herois de verdade.
    Obrigado pela visita ao meu blog, deu-me oportunidade de conhecer este, ao qual voltarei a passar com certeza.
    Um abraço,

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  2. Poema lindo.
    Eu não conhecia.
    Um dia feliz para todo o mundo.
    Bjs.
    Manuel

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  3. Olá,
    Belo poema, não o conhecia. Belo fado. Obrigada.
    Já estou quase bom, falta só um bocadinho... rsss
    Um abraço Ricky

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  4. Adorei o poema e achei muito boa ideia o ter publicado. É bom encontrar pelos blogs, pessoas que ainda manteem o espírito limpo e livre dos ideiais, desse Abril, que nunca estará longinquo para quem porfiar em manter-se livre de pensamento e existir.
    Um abraço
    Teresa David
    http://teresadavid.blogspot.com

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  5. É para ti, meu filho,que hoje canto !
    Canto por já não teres de forrar livros a papel pardo.
    Canto por não teres de esconder os teus poemas.
    Canto por não teres sido obrigado a matar.
    Canto por não teres sido preso.
    Canto por não teres sido torturado.
    Canto por não teres sido obrigado a fugir.
    Canto por não teres sido morto.
    São para ti, meu filho,
    os cravos do poeta,
    os cravos de Abril !
    Porque estás aqui,
    vivo e feliz :
    LIVRE na tua escrita!
    Escrevo em memória da dor e das lágrimas de todas as mães, que, ao contrário de mim, não tiveram a felicidade de dar á luz depois do 25 de Abril.

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  6. E já lá vão 32 anos!
    Qualquer dia até a revolução será velha!
    Mas imortal!

    Beijinhos

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  7. 25 de abril SEMPRE!!!

    Beijinho GRANDE ;-)

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  8. ...é sempre um deleite ler Sophia...

    Gostaria da tua visita hoje ao meu sítio...tá???

    beijinhos

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  9. Todo um conjunto de processos, de intenções, de boas vontades, permitiram o estar aqui hoje, eu e todos quantos dão livre curso ao seu pensamento.
    Salgueiro Maia merece maior atenção, porque para lá do guerreiro indomável, encerrava em si, aquele espírito altruísta, próprio dos Homens com H grande.

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  10. Somos um país de poetas, creio que de bons poetas.Em nós a lança aponta para a cabeça para acertar no coração. Beijos.

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  11. uma bela homenagem para alguém k a merece

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  12. "Esta é a madrugada que eu esperava
    O dia inicial inteiro e limpo"

    Sophia. 25 de Abril. Liberdade. Obrigado.

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  13. Parabéns pela beleza das palavras justas que inundam este teu espaço de ABRIL.
    Que os sonhos de Liberdade nunca morram, e a procura vá sempre mais além...

    Beijinho

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  14. - Aquele que na hora da ganância
    Perdeu o apetite -

    muitos mais deveriam perder. bonita homenagem
    Beijão

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  15. Não conhecia este poema e como conheci o Salgueiro Maia, enquanto director do museu da Escola Prática de Cavalaria em Santarém, tudo que a Sofia de Mello Breyner escreve aplica-se a ele. A honestidade, a rectidão, a humanidade e a verticalidade facilmente seriam apelidos de Salgueiro Maia.
    Escrevi há muito tempo, noutro espaço, conversas que tiveramos.
    Finalmente a estátua que nunca terá a verdadeira dimensão do homem que vi inteiro e que o cancro corroeu e apagou a pouco e pouco.

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  16. Cara
    Segui os links sobre o Fernando Salgueiro Maia e não consegui deixar nenhuma mensagem aos autores. Recordo as noites de Inverno de 86 e 87, nas conversas sobre o Alentejo e sobre um gosto comum, os carros de combate, os blindados da nova cavalaria. Depois sonhava-se com um mundo novo e lá vinham as histórias “sem posto”, isto é, não oficiais, nem sargentos ou praças, como ele referia.
    Aprendi com aquele que poderia ter sido tudo, o sentido de se ser verdadeiramente militar, cumprir a missão e mais nada querer, tal como a SMBA ilustra…tão bem!
    Levei para outros teatros de guerra a postura ensinada, antes de tudo humano, mesmo antes de ser homem. É para mim um privilégio ter privado e aprendido com aquele homem, que homem.
    Num jantar há muitos anos, no Toucinho em Almeirim, alguém num discurso de fim de jantar lhe disse mais ou menos isto:
    - O meu major (ainda não era Tenente-coronel) é querido pelos seus subordinados porque antes de tudo é humano, homem, amigo, líder e lá no fim de tudo é que é militar! – Há ainda quem diga que foi a única vez que se lhe viram lágrimas nos olhos.
    Acompanhei-o à sua última morada sabendo que o tipo de CAPITÃO como ele, morreram com ele.
    Até um dia meu Tenente-coronel.

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  17. Justíssima homenagem a quem mais lutou nesse dia D.
    Ninguém como Sofia para dizer tanto em poucos versos.

    Um beijo

    Maria Mamede

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