quinta-feira, outubro 03, 2013

Dinâmica dos Fluidos

Arthur Braginsky




Não vês nos meus olhos desejo,
o desejo?, nos lábios a sede
de um beijo e nos braços
a fome de abraços, não vês,
tu não vês?, não vês
que nas veias o sangue incendeia?

Semeio o delírio
com os dedos urgentes:
mordisco-te os seios, os seios
inchados: sugamo-nos
as línguas de fogo 
vorazes: sublevo-te a púbis
e a boca do corpo num ritmo 
agudo sem véus de pudor:
o frémito cresce: respiras mais
fundo: o vigor entumece

Rebelem-se os ventos
ou tremam as casas,
vogamos na crista
das ôndulas vivas num mar
de calor, os olhos nos olhos,
as mãos desgrenhadas,
as bocas ao rubro,
soltamos gemidos
e brados e uivos, os poros
perdidos, fundentes, em brasa

Celebramos os corpos
assim desvairados
no ápice da febre,
do ardor, da explosão das águas
frementes, do fogo maduro,
com o sol tatuado na pele da paixão


in, Bolsa de Valores e Outros Poemas
(Temas Originais - 2010)


9 comentários:

  1. Joana T. Pinto Magalhães04 outubro, 2013 16:27

    Um poema de sedução e erotismo. Muito bom.

    Beijinhos, MM.

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  2. Belo! Intenso! Sensual!...

    Deixo-te um beijo!

    AL

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  3. ...a beleza tb está na sensualidade.

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  4. Desejo e amor celebrados num belo poema
    Beijo

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  5. Um poema belo e arrebatador! Bji

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  6. A celebração dos corpos numa dinâmica bem acentuada.
    Gostei.

    A.Cyrano

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  7. http://climapoetico.blogspot.pt/

    Visitem e comentem!
    Cumpriemntos!

    ResponderEliminar

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