quarta-feira, abril 09, 2014

Como te contar?

Oleg Oprisco



Inquieta-me a lucidez de certas horas.
Como te contar? Tudo nelas é perfeito, 
e claro, e inabalável ... Até a dor!

A acomodação à realidade
põe-se a subir sorrateira pelo corpo
dos sonhos e dos desejos. Mata-os!

É perigoso viver desarmado 
na lucidez das horas. 
Quando menos se espera, morre-se!

Quero a minha lanterna sempre acesa,
Entrar com ela no inexprimível  sossego
que precede a tempestade;

Escutar o respirar aflito do mundo
entre dois trovões, duas guerras, dois gritos, 
separados apenas por um fio;

Um espaço impreciso, o fio, entre o um e o dois, 
Espaço a que, só por ignorância, 
chamamos silêncio.



7 comentários:


  1. "...Até à dor"

    A divulgação das nossas letras, da nossa poesia é um contributo precioso para a preservação da identidade, último reduto de um povo contundido.


    Grata!

    Lídia Borges

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  2. é de luz acesa que se tece
    e respira o mundo

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  3. Muito belo. Muito lúcido! Como de costume em Lídia Borges.

    Bela escolha.

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  4. Boa noite, Menina Marota. Vi você no blog do poeta, Caio Fazolato, o "INTEGRAÇÃO HISTÓRICA", e resolvi te conhecer.
    Já estou seguindo o seu blog, que achei de muito conteúdo.
    Voltarei mais vezes para comentar.
    Tenha um abençoado fim de semana de paz!

    http://redescobrindoaalma.blogspot.com.br/
    (meu blog pessoal)

    http://refugio-origens.blogspot.com.br/2014/04/intenso-abandono.html
    (blog onde eu colaboro).

    Obrigada pelo carinho e fique na paz!

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  5. Um excelente poema da Lídia Borges. Com a lucidez de quem sabe que as palavras também nos podem salvar.
    Um beijo e boa Páscoa.

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  6. Olá.
    Passeando por aqui, para desejar-te um período Pascal com: alegria, Saúde, Paz, e muita Reflexão.
    A Família, continua e continuará, sendo a Sustentação deste Grande Arco Humano, que chamamos de Relacionamentos.
    Um abraço.

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  7. Por vezes os silêncios são tão ruidosos, que nos tiram a lucidez de
    pensar, tornando-nos vítimas de nós próprios, levando-nos a viver as nossas vidas vazias, até morrer. Um poema brilhante que merece ser lido com muita atenção.. Às de espadas, Bloguista

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