sexta-feira, maio 19, 2006

Jogos no Parque...




O tempo pára feito luz desmesurada
sobrevindo no pinheiro
em vénia longa curvado à terra.
Foram ventos que o dobraram ou propósito
no coração da semente, germinando sonhos
de amor e cavalgadas?
Riem connosco os pardais. Olha-os de cima:
burel de penas, mendicantes, o vivo olhar -
que faz esta alegria
entre as sombras que há na terra?

Já se erguem do rio névoas,
mas sobre nós a luz
e persiste a boca manifesta.
O crescente não fulge ainda,
excepto no teu olhar que a lua circunda.
No mais tudo é solar, e o pinheiro
oferece o tronco a cabeleira em reverência
como se as coisas e as circunstâncias
se dispusessem porque um dia
viríamos juntos os dois.

(Poema de Soledade Santos aqui)


Imagem de autor desconhecido

13 comentários:

  1. Bonito poema...e é tempo dos "jogos no parque" agora que o tempo está cheio de luz do sol...
    Jinhos, saudade...

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  2. Poemas para mim com alguma complexidade, uma vez que sinto dificuldade em perceber (adivinhar), o que o autor(a) nos quer transmitir.
    Beijinhos.
    Manuel

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  3. Sempre escolhas muito bonitas.
    beijos e bom domingo

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  4. Olá!

    Esta noite faço-te um convite:

    No dia 16 de Junho, Sexta-feira, às 21 horas,
    vou lançar o livro NADA EM 53 VEZES
    na Fnac do Cascais Shopping.

    Gostaria muito que estivesses
    presente nesse lançamento.

    Passa um excelente fim de
    semana!

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  5. Bonito poema que selecionaste. Um beijo

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  6. O poema, a musica e a imagem…ah! A imagem! Num céu cinzento adivinhando o dar de beber à terra, entre malmequeres e três lindos lírios roxos em primeiro plano, facilmente seria uma paisagem do meu Alentejo.
    O campo assim, a cor trigueira da pele dela, o contraste com o doirado espigado dos seus cabelos, com a chuva adivinhando a busca de abrigo, usei este espaço para recordar quem amei numa tarde de Maio (tal como o quadro), num barracão abandonado, com a chuva em musica de fundo….Será infidelidade recordar o sublimar de momentos assim?
    Vou…enquanto uma lágrima marota aflora, como que a pedir perdão por sentir e recordar…

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  7. Agradeço a gentileza da autora do blogue e a de todos os que leram o poema.

    Soledade

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  8. Escontro aqui poesia sempre bonita. Obrigado pela partilha!

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  9. Gostei muito do poema, e ainda mais do blog da Soledad, com imensa poesia inédita!
    Grata pela partilha...
    Áurea Ponte

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  10. Olá
    gostei muito do poema que não conhecia. mais uma boa escolha tua.. bjhs

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  11. Concordo ali em cima com o Manel, só discordo de uma coisa: O Alentejo também é meu e dos meus antepassados...um vez que nasci em Alter do Chão e ainda lá tenho família e "haveres" onde vou tantas vezes!!!Para não falar de Beja, essa cidade, ondei dei à luz a primeira vez!!! Os anos e a actividade profissional, afastaram-me de lá, para outras paragens, mas estarão sempre no meu coração.

    Mais um belo momento que nos dás, desta forma encantadora como tu és, aliás minha querida Poesia!!
    E mais um blogue a visitar.
    Bjossssss :-)

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