Imagem de Georges Barbier
Deixa que faça das palavras beijos
E beijos de cada palavra que te escrevo.
Deixa que as letras se cruzem entre si
Formando ideias e lamentos.
Deixa que cada palavra seja um grito desesperado.
Deixa, as palavras serem mimos
Deixa que me encontre em ti
Quando já nada resta
A não ser a perdição.
Lê mesmo nas palavras que não digo
Naquelas que inventei
Nas outras que não invento, mas imagino.
Lê nos silêncios sem palavras
Mas lê em cada palavra um beijo.
Deixa que percorra o teu corpo de sabores e ânsias
Com lábios de palavras que são beijos.
Deixa que sejam os beijos a serem palavras que não preciso escrever
Mas beijos.
Deixa, que a languidez de todo o meu ser
Te toque
Percorrendo cabelos, pernas de lavas
Quentes
Pernas sem palavras e desejos
Sem palavras
Beijos.
Mergulho na tua doce boca, calando palavras
Buscando os beijos de letras
De poemas sem poeta
Espumas de mar, e palavras.
Deixa que sejam os beijos, as palavras.
E que as palavras sejam beijos.
Assim, posso tocar o teu corpo
Mergulhar nele
Com lavas ardentes de desejos
E palavras, que são, afinal beijos.
(Poema de *António José Pinto Correia)
*Autor do livro Insónias e afins recentemente editado
{{Deixa que sejam os beijos, as palavras.}}
ResponderEliminarBeijão
:-))))
Conheço o autor de o ler em prosa, não imaginava que pudesse escrever poesia onde os sentidos e os sentires se conjugam de forma tão soberba, gostei muito deste poema.
ResponderEliminarUm beijo de parabéns ao autor e outro para ti que descobres sempre génios destes...
Lina/Mar Revolto
Não sei como posso agradecer o imerecimento. Um sentido obrigado.
ResponderEliminarMaravilhoso! Senti-me beijada, bem dentro do meu coração...A musica fez o resto das caricias e deixou-me a flutuar...
ResponderEliminarBelo momento este!
Obrigada
Adoro as palavras do Zé...neste momento estou a ler o Insónia e afins que é um livro completamente fascinante. Beijinhos, bom domingo.
ResponderEliminarFiuei maravilhado! É assim, a Poesia!
ResponderEliminarabraço ao António e bjs para ti!
Desconhecia esta faceta de poeta do Zé!!! Mas está magnifico e a escolha da imagem foi perfeita!! E a musica é de sonho.. Em suma, perfeita esta postagem!!!
ResponderEliminarBeijocas
Ana :-))))))))
O António escreve mesmo muito bem, também sou fã!
ResponderEliminarBeijinhos
Mais uma bela faceta literária do Zé. Parabéns. Grata pela partilha deixo um bjo aos dois e uma flor
ResponderEliminarbelo poema, e as palavras podem ser beijos... as palavras podem ser tudo... o seu poder é imenso.
ResponderEliminarCom as mesmas palavras posso despertar um coração, fazer um rosto corar e dar-te um beijo sem sequer te tocar... este é o meu lado poético (brincadeira, dou só uns toques...), mas gosto e parecio imenso poesia.
beijinho e boa semana
Não é "parecio" mas sim aprecio...
ResponderEliminaré o que faz escrever sem olhar para o teclado...
Que bonito poema. Quem me dera algum dia vir a escrever assim!
ResponderEliminarTemos que ver, a musica de fundo cria um ambiente, uma disposição para que a pessoa melhor sinta...
Mas mesmo sem musica este poema continuaria a ser lindo!! :') adorei...
Um poema de desejo e paixão dos sentidos onde eles são bem descritos e evidenciados.
ResponderEliminarBjs
TD
Belo poema sobre as palavras.
ResponderEliminarAs escolhas são sempre muito boas, bela música de fundo.
Deixo as minhas palavras:
Procuro palavras,
que não caíam em espaço perdido.
Palavras, palavras, palavras...
Deixa-me permanecer nas tuas palavras!
{{coral}}
Volto sempre para ler boas palavras que este cantinho tem.
{{coral}}
Conhecia a prosa do A.Pinto Correia, fiquei agradavelmente surpreendida com o poema.Está muito bom...
ResponderEliminarAs palavras
ResponderEliminarSão como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade.
(Um abraço para o Zé Pinto Correia, pena o teu blog não ter caixa de comentários)
Ia escrever "deixa...", mas náo escrevo.
ResponderEliminarA poesia do Zezinho! Como a adoro!!! G
ResponderEliminar:-)))
No poema... e na escolha do poema - extremo bom gosto. Valeu!
ResponderEliminarmuito bonito :)
ResponderEliminarbeijos e boa semana
Já tive oportunidade de ler Pinto Correia, mas em crónicas políticas num outro local e sempre gostei da sua forma acutilante de escrita. Vê-lo aqui como poeta foi uma surpresa para mim e subiu no meu conceito de que o ser humano pode ser uma caixinha de surpresas.
ResponderEliminarEsta foi e bem agradável por sinal. Mais um livro que a curiosidade me vai levar a adquirir.
Cpmtos do J. N.
Não serão os beijos palavras lançadas por violinos tocados com mãos de orvalho e fogo?!?!....
ResponderEliminarSoltem-se os violinos....
Sendo assim, deixo-te um beijo! :D
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminarTenho tido alguma dificuldade em entrar na tua página, mas finalmente consegui, mas só depois dos mails k me enviaste consegui revisitar-te...
Simplesmente belo este "post"!
Ob e um bj!
Olá!Descobri este blog por acaso, mas adorei! Vou visitá-lo mais vezes. Bj.
ResponderEliminarO Facebook tem realmente algumas virtudes :-) Recordou-me este poema que há muito tempo não lia! A emoção que ele provoca mantém-se a mesma!
ResponderEliminarParabéns ao Poeta!
Maravilhoso de Ler ......
ResponderEliminarFico com as palavras da poesia e Sem Palavras....
Parabéns
Será que é o meu eterno amigo dos tempos do liceu? Sempre essa veia poética
ResponderEliminarComeço o autor desde Jovem. Fomos colegas de liceu.Sempre teve esta carateristica para a escrita. Grande abraço
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