segunda-feira, janeiro 08, 2007

Canção Breve de Amar


Imagem de Kababelan



Como é rara e leve a flor que breve
Anima a janela ao teu olhar
Como tocam anjos naifs na viela
Sinfonias secretas e odes belas
Na calçada onde a lua se demora
Na esperança de colher o verbo amar
Como gosto de tocar as tuas mãos
Se as estendes assim para o luar
São murmúrios da noite dos amantes
Na labareda do silêncio astral
à varanda dos sentidos tu semeias
e eu colho a mais rara dor de amar

As urbanas altitudes onde estás
Telhados furtados à nesga azul do céu
Casas gigantes de moinhos sem pás
Lembram o amor encarcerado
Na gentil magia do luar de breu
Rasgas noites violetas de quimera
Rasam sorrisos feitos de marés
E a cidade acende-se em mil luzes
Mil fontes cintilantes a brotar
Nós dois na nudez azul do sonho
Mergulhamos como cisnes
Submergimos corpos belos
Num enlace que é longo por eterno
E como é rara e leve a flor que breve
Enfeita o meu corpo se te espero
Na serrania onde o verde nos embebe
Da pacífica dor de saber esperar
Entre casas casarios de aba branca
Na vertente que nunca encontra o mar
Mora rara e breve a sede de existir
Sem mais querer que o de te achar
Sem mais mester que o de (te) ouvir

(Poema de Aziluth in Serena Lua)

12 comentários:

  1. É tão bom cantar o amor e sentir casa nota, cada acorde, cada vibração...

    Cont de boa semana!*.*

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  2. Confesso que os meus olhos ficaram presos ao som dos anjos naifs na viela...
    Imagem fresca e cheia de musicalidade que fica bem neste blog de multiplos aromas!
    Afectuosamente

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  3. Adorei este poema...
    E não querendo plagiar nada ;) irei colocá-lo no meu blog...
    Algo de magnífico e que se identifica muito comigo!
    Lindo Aziluthh!!! Paragens!

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  4. Hummm, ok, cá estou eu a pedir-te para me enviares o teu poema aziluthh... pode ser? Não consegui aceder ao teu blog, não sei porquê!

    beijinho e obrigado!

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  5. Chego pela primeira vez. E como em todas as primeiras vezes o olhar ainda se perde de tanto haver e de tanto procurar. Vou voltar - e não só 'de hoje em diante', mas fazendo caminho para trás. Para já felicito a "poesia portuguesa" pelo blog e pela muita generosidade de o manter e acarinhar.

    Um abraço a si, aos que aqui faz escreverem, e a todos os que aqui passem, e também aos que não.

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  6. Quanto pode o Amor!...
    Quanta força e gratidão! Quanta brandura, quanta loucura de ser?...
    Vai visitar-me e deixa um comentário!

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  7. Mais um excelente poema que nos trazes Poesia!É realmente uma forma mui digna de partilhar este teu blogue!! - Como tocam anjos naifs na viela - como me deliciou esta frase!!
    Continua... SEMPRE!!!!
    Beijinhosss da Ana

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  8. -da pacífica dor de saber esperar- esse verso e fabuloso e muito triste,adorei o poema

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  9. Não sei porquê mas só agora descobri este blog... Este excelente blog.
    Continua a divulgar boa poesia, eu continuarei a vir aqui conhecer novos poemas. E a dizer algumas palavras sobre eles e para eles, que bem o merecem.

    Emanuel Madalena

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  10. Um dos bonitos poemas da Ana!! Não conheço nenhum outro blogue com o altruísmo que emana daqui. Parabéns
    AP

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  11. Aziluthh:

    Um adjectivo apenas: soberbo!

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