No paredão, sob o passar do vento,
olhando sem realmente ver,
ouvindo sem verdadeiramente escutar.
Ao longe, o grito das gaivotas
Ao perto, as ondas a rumorejar
num cheiro a mar que enchia os poros
e refrescava a alma.
Banhou os olhos de horizonte,
despojou-se de passado e presente...
O céu azulava-se límpido,
e o sol, ah, o sol, quente na pele
lembrava um toque leve
de dedos por chegar.
Não houve aviso, nem alarme,
apenas aquela sensação sedosa,
húmida e macia,
vibrante no poisar vagaroso,
que chegou rápido ao coração.
Da curva do pescoço,
os lábios deslizaram em ascensão,
pontilhando o canto do sorriso,
prestes a um adiado torvelhinho
em queda desejada.
Lábios que se tocam,
se tacteiam, se encontram,
num beijo-escorrega
lentamente sôfrego,
demoradamente ávido.
Que saúda a chegada.
E o dia começou.
(Poema da Viajante in Espelhos & Labirintos)
Adorei este poema!
ResponderEliminarLindo, cheio de imagens coloridas, palavras que nos fazem silenciar...
ResponderEliminarPor isso senti o poema como especial
jnhs
Um belissimo poema, com uma linda expressão poética!...
ResponderEliminarUm beijo...
...lábios que se tocam...
ResponderEliminarum poema melódico com uma imagem que vale todas as palavras. parabéns pela escolha
ResponderEliminarJinhos da Ana
Lindo este poema. Lindo o blogue "Espelhos e Labirintos" e os outros que a "Viajante" (Alada, chamo-lhe eu)construíu e decidiu terminar no momento em que achou por bem fazê-lo, ou noutro(s) em que participou. A autora deste poema é uma presença MAIOR neste círculo que frequento e cada pedacinho de si que nos dá é por mim, como tal, apreciado, sentido, amado.
ResponderEliminarObrigada pela escolha, Poesia Portuguesa.
Olá! Lindo este poema! Gostei tb do Blog. Poderia me enviar o poema por e-mail: chicaportugal@gmail.com ?!
ResponderEliminarOutra coisa, gostaria de saber como você consegue colocar este aviso de "não copie". É html? Poderia tb me passar o código!?. Tenho um blog e gostaria de fazer o mesmo.
Muito obrigada pela atenção.
Chica.