vê-se a Poesia.”
Aguarela de Abigail Vasthi Schlemm
Irrompeu do caos
O silêncio
E fez-se a maresia, o instante
E a solidão.
Irrompeu da espuma a tristeza,
A lágrima, a nuvem e a primeira imagem da nudez.
Irrompeu do caos
O silêncio: a primeira imagem da surdez desejada.
Irrompeu do caos e da lama
O silêncio purificante de uma chama, e o desejo
Da brutal carícia das coisas impossíveis,
Sobre a laje fria dos banquetes irreversíveis dos abutres.
Foi na secura resignada dos meus olhos
Que as lágrimas se espelharam,
Derramando-se no cântico lago do mundo.
Ao inclinar a cabeça servil
Soltaram-se, em gemidos, os cabelos da escravatura.
E abriu-se o caminho da tua viral doçura
Dos abismos sob as estradas e caminhos
Dos nossos infantis amplexos.
E irrompeu do silêncio a oração, então esquecida,
Dos abraços reflexos.
Descerrou-se o mármore.
E acolheu-se o silêncio nas palavras
Nuvem, água e maresia.
Descerrou-se o mármore
E entrou em trabalho de parto a poesia.
(Poema de Manuel Anastácio in Da Condição Humana)
Final (início) do filme "Irreversible" de Gaspar Noe. Allegretto da sétima
sinfonia de Beethoven. (retirado daqui)
(Desligar p.f. a música de fundo para ver o vídeo)
ai esta música que me diz tanto! Regressaste em beleza MM que feliz fiquei por teres finalmente cedido às pressões de quem te quer bem e te pedia para voltares.
ResponderEliminarE VIVA A POESIA!!!!!!!!!!!!!!
Desta janela volta a ver-se a poesia. Que bom ter voltado a "Poesia Portuguesa". É um bonito poema este de Manuel Anastácio "Irrompeu do caos o silêncio"
ResponderEliminarUm beijo.
Um poema que eu digo parido no momento certo com as palavras que o enchem! Gostei imenso. Beijos.
ResponderEliminarSinto-me muito, muito honrado em teres escolhido o meu poema agora que o teu blogue promete voltar em força. Beijos e um obrigado do tamanho da poesia.
ResponderEliminarEstás de VOLTA!!!!!!!!!!
ResponderEliminar“Da minha janela
vê-se a Poesia.”
TU ÉS A POESIA!!!!!
Beijão do tamanho da poesia * roubei a frase ao companheiro ali de cima e autor do poema que agora publicas *
Parabéns a ambos porque é uma bela escolha e um magnifico poema aliado a cenas de um filme que gostei muito também.
Bj
Um regresso com mais poesia bela e de qualidade.
ResponderEliminarBjs
TD
Nem sempre é fácil interpretar um poema. É claro que cada um pode interpretar à sua maneira, quando são complexos. É o caso deste: 'Descerrou-se o mármore'. Eu posso sub-enteder que chegou o fim, que tudo terminou.
ResponderEliminarFica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel
Lindo o poema que mais uma vez nos dás a conhecer! Obrigada. Jhs.
ResponderEliminarÉ bom saber que algo te faz manter-te por perto de todos que gostam de te "sentir".
ResponderEliminarO teu amor à poesia é belo.
O poema é sentido, belo...
"Foi na secura resignada dos meus olhos
Que as lágrimas se espelharam,
Derramando-se no cântico lago do mundo."
E o poema fez-se...
Nada como abrir espaço para a poesia.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
ResponderEliminarE que a poesia renasça sempre por qualquer espaço mínimo e que a todos enlace em luz e Paz. Esse é o caminho para que o brilho se faça.
ResponderEliminarBelíssimo poema.
Grata pela partilha.
Ainda bem que voltaste :)
Bjinhos ao autor e a ti