domingo, novembro 02, 2008

Depressão

Imagem de Alexander Vasilenko



Aqui nos dias que correm
Além da vertigem que a todos cega
As mágoas diversas corroem
A alegria que se lhes nega

Núcleos suspeitos vão tecendo
Malhas para tudo abarcar
O prazer de criar vai morrendo
Forçando a natureza a mudar

Em conflito permanente
Numa ameaça constante
Rasga-me a pele de repente
O teu gume lancinante
Num covil perdido
Bem dentro de nós
Quero ficar escondido
Breves instantes a sós

Descendo ao Inferno dos sentimentos
Ausentes num lugar sem fundo
Ultrapassando todos os lamentos
Fingindo não ser deles este mundo

Dizem que há quem se deprima
Para continuar a crescer
Eu vi alguém matar a rotina
Para só então renascer

Poema de
Hélder Dias

21 comentários:

  1. Ninguém se deprime para cresceer! Mas da depressão, de batermos no fundo, de quase morrermos, resulta o crescimento e quantas vezes a ressurreição! Mas nem sempre. Dependerá da luz que orientará os espíritos.
    Eduardo

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  2. Passei para ler o poema e desejar bom Domingo.

    Um abraço.

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  3. ***Descendo ao Inferno dos sentimentos
    Ausentes num lugar sem fundo
    Ultrapassando todos os lamentos
    Fingindo não ser deles este mundo***


    revejo-me de uma forma intensa nestas palavras
    Maria N

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  4. Interessante poema! Os Poetas sentem à sua maneira. Por isso são Poetas...beijos.

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  5. Parabéns! Porque a depressão é isso mesmo...
    Gostei muito deste poema.

    beijos

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  6. OprE** Gestei muito de suas poesias em especial essa ............

    Quem sabe vocÊ nao da uma olhada nas minhas ...............


    abraço fique na paz de jah ......

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  7. Boa noite. Voando de blog em blog aqui cheguei de mansinho. Fui lendo as poesias, apreciei as diferenças - felizmente que cada um de nós tem as suas características próprias - e decidi deixar marcada a minha presença. Parabéns pelo espaço, agradou-me e espero voltar. Até breve ou até sempre.

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  8. Gostei do poema.
    Um abraço e uma boa semana

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  9. Continuas a deliciar-nos com belissima poesia!...
    O último verso é tão verdadeiro quanto subtil...

    Um beijo...


    Albino Santos

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  10. Com vista a dar “voz” aos novos autores, o Portal Lisboa estabeleceu uma iniciativa única, no campo da criação literária portuguesa.

    Neste sentido, o Portal Lisboa vai apadrinhar duas colectâneas literárias, uma de Poesia e outra de Contos Literários, a serem editadas pela Chiado Editora.

    Gostava de ver os seus textos publicados por uma editora de prestígio? Tem aqui a sua oportunidade!

    Descubra mais no site: www.portallisboa.net

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  11. Apreciei bastante tanto este poema, como muitos outros que aqui vi...esta realmente uma escrita bastante chamativa, interessante que nos faz sentir tudo o que é escrito.

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  12. Apreciei bastante tanto este poema, como muitos outros que aqui vi...esta realmente uma escrita bastante chamativa, interessante que nos faz sentir tudo o que é escrito.
    (Deixei anonimo o comentario, daí postar de novo.)

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  13. desce-se e sobe-se, de preferência com boa poesia, portuguesa.

    abraço

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  14. Excelente! Este cantinho continua a primar pelo bom gosto!

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  15. As vezes penso: Quem reflete, verdadeiramente pensa na vida e o que é o viver em todos os aspectos, desde o relacionar-se ao introverter-se, se deprime!

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  16. "... bem dentro de nós
    quero ficar escondido
    Breves instantes a sós."

    Às vezes não apetece o mundo, não apetece os outros, às vezes só apetece um recanto cá no fundo de nós mesmos, onde ficamos seguros, onde tudo é, o que deve ser.

    Belo poema!

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  17. Como é agradável ouvir o timbre do canto de um bardo; como são suaves os seus sotaques. Neste poema, sente-se a leveza da alma deslizando por sobre as palavras: pois, na verdadeira poesia, a beleza não está nas palavras, mas no espírito que paira cobre elas - como um Deus andando sobre as águas, seu espírito pairando sobre a face do abismo. Eu não só parabenizo, também agradeço por este belo poema; e parabenizo também o Blog pela inteligente iniciativa.

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  18. quando a dor me aturmentar,
    em ti vou pensar.
    para que a tristeza a mal nao me leve,
    numa oracao vou-me dedicar.

    nos teus olhos encontro aflicao mas,
    conta com o meu coracao,
    para termenda compilaco...

    no rarear dos deuses e mitos,
    tu, eles ressuscitais...
    sod a forma longinqua,
    teu amor demonstraras.

    suavemente avanco,
    com a alma comovida
    de um sonho e poca vida.
    aqui vou declarar,
    que na eternidade vou te amar...

    por: mp2f@live.co.uk

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  19. como se de uma antiguidade se trata-se
    olhei-a, pasmado fiquei...
    sua emensa e deslumbrante figura me seduzia e ao mesmo tempo que me consomia...

    ali meu tempo gastei;
    porque para tal beleza olhei...
    ali minha vida deixei porque por tal beleza me apaixonei.


    mp2f@live.co.uk

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