Pintura de Vladimir Kush
já não há tempo para que a poesia se dê ao luxo
de passear nos bosques encantados e nos egos poluídos
dos intelectuais de escrivaninha.
já não há tempo para que os versos se ostentem,
bem rimados, construídos, bem ritmados, bonitos,
nos corações vazios da burguesia.
é urgente que as palavras ganhem o peso das pedras,
se revoltem com os que vivem sem poesia e sem pão.
não há tempo para brincar aos poetas, ao depressivo snob en vogue.
só nos resta tempo para que se não nos acabe o tempo,
para que gritemos ainda que não abdicámos do futuro,
com propriedade, ou mesmo sem.
Poema de Miguel Tiago
(...)//
ResponderEliminarPoetas, abaixo a rima
(se ela for a prisão
onde o poema definha).
Estou farto da poesia
«que não é libertação».
Gostei do poema, e do «peso das pedras».
Um poemas com versos para reflectir sobre a própria poesia!
ResponderEliminarJá não há tempo...há! o tempo da incerteza ,da inquietude, do desamor, da desordem ,desumanidade da avaresa, há tempo e sem limite, sempre haverá para a raça humana manifestar toda a sua brutalidade.
ResponderEliminarTretas
Ainda não te conhecia em "poesia"! :) Gostei!
ResponderEliminarA poesia em (re)definição.
ResponderEliminarGostei muito da força, da expressão.
Gostei do final. Este blogue consta dos n/links:
ResponderEliminarconversas.xaxa@gmail.com
Peter e bluegift
Belo poema para refletir. Haverá sempre tempo para a poesia. A imagem é deliciosa. Bjito amigo e uma flor.
ResponderEliminaracho que tem que sobrar tempo para as coisas que nos dão prazer.
ResponderEliminarno meu caso pessoal terei sempre tempo para a poesia, e mesmo que se diga que ela é inútil eu gosto da sua inutilidade,
um poema um pouco forte.
Um bom poema! Gostei, embora quase possa garantir que a rima sempre aproximou o povo da poesia... e a poesia do povo.
ResponderEliminarParabéns, Miguel Tiago.