falo das coisas mais
elementares
o sino da igreja
onde um galo não canta
um seixo rolado
guardando o tempo
dentro de si
um torrão de terra
grávido de uma semente
mais elementares ainda
os sorrisos presos nos lábios
das crianças tristes
as lágrimas
rios de salgados
nos leitos dos rostos abandonados
nos lares/depósitos
falo porque
estou cansado de comer silêncio
e ler poemas de amor
com tanto desamor
a caminhar por aí
as coisas mais elementares
são as que deviam ocupar
o ventre das palavras por parir
Poema de António José Cravo
Poema verdadeiramente belo.
ResponderEliminarBeijinhos e Feliz Natal!
Que belo poema, tão real e sentido.
ResponderEliminarParabéns pela escrita
Quando as palavras estão cheias de vida como as tuas, o mais importante já lá está!!!
ResponderEliminarMuito bom, como sempre
:))
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMeu caro António José Cravo,
ResponderEliminarÉ possível discordar de uma ideia co-central de um poema e considerá-lo belo. Aconteceu-me com este.
Os poemas de amor não são o contrário, nem sequer coisa diversa, de falar do essencial: são exactamente falar do essencial, porque é o amor que está na base de tudo - inclusive da atenção às coisas elementares.
"Estou cansado de ler poemas de amor / com tanto desamor a caminhar por aí" - pois é exactamente para combater esse desamor que se escrevem poemas de amor. E não importa se é amor a uma pessoa, a uma ideia ou às "coisas mais elementares". Na realidade, é, em última análise, o amor que deve ocupar "o ventre das palavras por parir".
Como comecei por dizer, gostei do poema, e alcanço o seu sentido último e necessário - e isso é mais importante que a discordância (que talvez até o não seja...).
Um poema de um passado presente.O sofrimento em veias de alma de quem vive o o sentido de vida, de quem sofre no silêncio de ver dentro de si o abandono dos tempos idos..do abandono, do desamor ...
ResponderEliminarNada como retomar o senso de ocupar a vida com o esventrar do amor..uma semente já está....
...rios de salgados
ResponderEliminarnos leitos dos rostos abandonados...
:-)
Belo Poema: "falo porque estamos fartos de comer silêncio". " e ler poemas de amor com tanto desamor..." Acabrunhados pelas vicissitudes da vida, das injustiças que por aí proliferam, falamos, nem que seja em surdina. Mas mesmo com desamor quero ler poemas como este, onde palavras semeadas desabrocharão na Primavera flores encarnadas de esperança.
ResponderEliminarAntónio, mais uma vez parabéns por este teu talento de observar e escrever as simplicidades. Sempre !
ResponderEliminarMagnifico Poema,bem do presente,gostei
ResponderEliminarAqui está um poema bem ao meu estilo,António! Parabéns...
ResponderEliminartão real que até doí.
ResponderEliminarmuito bom!
um beij
como é belo o teu olhar, vê o coração de quem hoje ama mas não encanta o sol de um dia, adoro :)
ResponderEliminarO teu poema é um grito ao amor, nas coisas mais elementares e onde por vezes falhamos...
ResponderEliminarComo poderia não gostar? brota-te da alma e aquece-me o coração.
Beijinhos de "onda"
Gosto imenso de ler o que escreve. Adorei esta poema António. Bjs
ResponderEliminarCom um sorriso nos lábios é como eu fico sempre que leio estes poemas.
ResponderEliminarAlexandra Fonseca
Elementar é amar... e falar, usar as palavras. Tu usaste-as. Da melhor forma.
ResponderEliminarParabéns António por este magnífico poema saído do ventre que o pariu!
ResponderEliminarGostei deste poema de raiva, de dor e de mágoa lido na tua letra. Aqui, li Amor. Um abraço
Como sempre,António,tu colocas poesia na vida.
ResponderEliminarLindo!
Beijos
António, adorei como sempre...
ResponderEliminar".. falo porque
estou cansado de comer silêncio
e ler poemas de amor
com tanto desamor
a caminhar por aí..."
Obrigada... beijos
Para as mentes pensantes uma belíssima composição!!Um magnífico poema!! Beijo com alma!! :)
ResponderEliminarQue lindo poema, tão simples,real e sentido... Adorei!!! Um enorme beijinho!!!!! Emília
ResponderEliminarBelo poema António, com palavras simples, belas e diretas, que sempre identificam a tua forma de escrever e de dizer o que sentes,
ResponderEliminargrande abraço :)
Um poema que foca uma realidade que não deve deixar ninguem indiferente...Lindo e oportuno!
ResponderEliminarGosto de ver a chama inflamada das tuas palavras a rasgar as entranhas surdas e a parir estrelas nas consciências com firmamento tangível....elementar . Parabéns.
ResponderEliminarAsa
Forte, directo, sentido.
ResponderEliminarPorque quando "cansados de comer silêncio" num mar de palavras fúteis à nossa volta constatamos que "as coisas mais elementares são as que deviam ocupar o ventre das palavras por parir".
Silêncio. Belo! Bem hajas! abraço, mt
ResponderEliminarIntenso e profundo o teu poema, António José. Elementar é, sem dúvida, o amor. Não é ele que impulsiona o mundo? Gostei muito!
ResponderEliminarMaravilhoso
ResponderEliminarO amor está sempre presente na escrita do António e ajuda a colmatar o desamor que anda por ai. Tao mais facil seria neste tempo dar e receber amor, mas nem sempre se pode dar o que se nao tem ...
ResponderEliminarAntónio!
ResponderEliminarEu entrei pelo teu poema adentro... as palavras que li formam uma curta e muito boa metragem! Obrigada por o que li!
Caros Comentadores e Visitantes:
ResponderEliminarmanda o bom senso e por motivos óbvios que, os comentadores se deverão identificar através de registo, (identificação a azul) porquanto este poema se encontra incluído no conjunto dedicado ao passatempo do mês de Dezembro, cuja norma será a atribuição de pontos ao poema mais comentado, mas claro, comentado oficialmente,
(comentário que aparece com o nome do comentador a azul) pelo que só estes comentários serão qualificados, nem sendo considerados os comentários de anónimos.
Grata pela compreensão.
Cumprimentos,
A Administração do Poesia Portuguesa.
Sei de um tempo que passa e que urge transformar, para que se libertem os sorrisos das criancas tristes.
ResponderEliminarCravo só hoje ... agora... descobri que tinha que vir aqui ler mais um teu poema e como sempre delicioso, a tua escrita, acho que já tu disse, é criativa, original e com muita maturidade, adoro a tua poesia, um abraço amigo.
ResponderEliminarPostei esse belíssimo poema no meu blog http://poesiaselecionada.blogspot.com/. Postei também o vídeo com a narração do poema, fazendo referência a este blog, o Poesia Poirtuguesa.
ResponderEliminarPeço desculpas pelo lapso, o nome correto, todos sabemos, é Poesia Portuguesa.
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