domingo, fevereiro 09, 2014

Desterrado

Fotografia de José Ferreira Jr


Há algum Sol
que tenha tanto brilho
como o do meu "Jardim à beira-mar plantado"?

  - Não.

Há alguma árvore
que tenha o odor inebriante do eucalipto
como o das estradas da minha terra?

 - Não.

Há algum pedaço de firmamento
que tenha a cintilação
como o das minhas várzeas?

  - Não.

Há algum mar
que cheire mais a sal
como o da "Ocidental Praia Lusitana"?

  - Não.

No entanto obrigado vivo
nestas terras de Sigurdo
cercado de águas frias e árvores estranhas
cujo cheiro não me chega às narinas
quanto menos às entranhas.
Inverno de noites longas e dias curtos
alumiado por um sol nulo que não me aquece as mãos
quanto menos as saudades que carrego na minha alma.

Diz o ditado:

"Há sempre uma esperança virada para o Norte"

A minha está voltada para o Sul
para esse retalho de terra no fundo da Ibéria.


Örebro - Suécia


5 comentários:

  1. quando as raízes se alongam
    e não há flores no deserto
    sobram rios em busca
    do seu leito de regresso

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  2. Lindo!!

    Saudades de Portugal. Que bonito!

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  3. Um poema de quem ama o chão onde nasceu. Parabéns ao poeta.
    Um beijo, amiga.

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  4. Em busca de novos autores portugueses vim parar a este site que me encantou.
    Um trabalho de interesse público muito bem conseguido e do qual dou os parabéns aos seus autores.
    Carece de maior divulgação em especial nas redes sociais.

    Parabéns mais uma vez

    Aida de Bettencourt

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  5. a saudade do seu País, escrito de maneira sublime...

    :)

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