quarta-feira, julho 19, 2006

É preciso reinventar as palavras...

Hoje lembrei-me de ti

Imagem da Silvia



E o poema como o germinar do trigo
Brotou do caos húmido e escuro da mente

Primeiro um impulso quase imperceptível
Depois mais forte mais convicto
Por fim já tensão de músculos e gestos
A extravasarem-se em sons

Rolaram sons na minha cabeça na busca inquieta e dorida
Da forma pura

Que ânsia de cruzar sons e versos
Com o impulso de te agarrar nos braços
E pôr nas rimas fugidias os beijos certeiros
De palavras quentes

Mas a sombra negra do vazio
Ameaça como uma mancha de tinta negra
Os versos esculpidos
A golpes de emoção contida
E tolhida de esgares
Que vêem no poema
O sopro interdito do desejo.

(Poema de Manuel Sousa)


11 comentários:

  1. Se é o Manuel Sousa, que eu não conheço, que faz anos, duplos parabéns pelo seu aniversário e pelos seus versos, dos quais destaco:

    "Que ânsia de cruzar sons e versos
    Com o impulso de te agarrar nos braços
    E pôr nas rimas fugidias os beijos certeiros
    De palavras quentes"

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  2. Olá.
    Venho agradecer o gesto amável de transcrever um singelo poema do autor do blo aparipasso neste espaço. Gostei e hei-de retribuir.
    Obrigado e deixo um beijo.

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  3. Parabéns Manuel pelo teu aniversário e felicito-te Poesia por divulgares mais um dos belíssimos poetas deste país.
    Um bjo e uma flor para os dois

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  4. Pequena correcção: Imagem do Ricardo Brito, de Aveiro. Ele é o autor dessa foto que postei lá no meu blog. Mas tenho a certeza que ele não se importa que ela tenha sido posta em tão bom uso. Obrigada.:) )

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  5. A sombra negra do vazio dá um colorido especial a este blog! Parabéns!

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  6. Gostei.
    Beijos e bom fim de semana

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  7. Um poema e uma fotografia exemplares.

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  8. lindo, lindo, lindo.....bela foto, belo poema....
    beijos

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  9. Que imagem e poema maravilhoso.. amei.. bjhs com sabor a maresia

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  10. Que ânsia de cruzar sons e versos
    Com o impulso de te agarrar nos braços
    E pôr nas rimas fugidias os beijos certeiros
    De palavras quentes

    Mas a sombra negra do vazio
    Ameaça como uma mancha de tinta negra
    Os versos esculpidos
    A golpes de emoção contida
    E tolhida de esgares
    Que vêem no poema
    O sopro interdito do desejo.

    LINDO!!!!!!!!!

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  11. Muito bom...mais díficil que escrever poesia é escrever como ela acontece e germia arranhando as paredes dos nossos calabouços mais sombrios e verdadeiros onde a alma, ou o que quer que tenhamos cá dentro, se mutila ao ecoar de finitos tempos recalcados até que...poesia acontece...

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