quinta-feira, maio 31, 2007

Preso entre nada...


Imagem de autor desconhecido



Preso entre nada a prender-me,
Na infindável imensidão do não ser,
Atravesso universos que não conheço.
Dilaceram-me esses sóis que sem crepúsculos
Vejo morrer sangrados pelo finito.
Regidas por secretos repousos,
Gravitam em torno do tempo
Elipses forjadas pelo eterno movimento.
Se tento libertar-me, fico pendente
Nas arestas da incerteza.
Quando liberto, o sonho evapora frio
E o absoluto fragmenta-se.


(Poema de Bernardo Bomtempo)

12 comentários:

  1. por vezes até é bom estarmos presos a algo, ao desprendermo-nos ficamos agarrados e não sabemos a quê?
    Gosto de vir ler a poesia portuguesa
    Excelente fim de semana

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  2. Vim ler-te, como de costuma.
    Mas hoje tenho de dizer que a fotografia é fantástica...

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  3. o nome do autor não condiz com a imagem loll
    mas está tudo muito lindo
    jinhos da Dina

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  4. Dor cósmica? Exílio ôntico? Este texto parece-me ser uma fusão perfeita destes dois elementos.

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  5. Poema que me faz lembrar elementos pessoanos. Belo, com algo de paradoxal ...

    Um prazer, esta visita!

    Beijo pink :-)

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  6. passei por seu site mas não tou podendo comentar lá. gostei muito das poesias de você
    bjs da lisa

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  7. Poesia hoje não chega só ler-te


    primeiro porque desconhecia Bernardo Bomtempo, o que li deixou-me sem palavras, muita da sua poesia tem uma forma tão ritmada que é impossível não ficar indiferente ao fascínio que liberta

    depois a imagem que hoje partilhas e que conjuga com o poema, tenho que te dizer que primas-te, uma palavra:
    perfeito!

    não me tento libertar daqui, sei que estou para ficar!

    parabéns ao poeta, parabéns merecidos

    a ti deixo o meu abraço carregado de carinho

    beijos muitos e uma vez mais obrigada por este belo momento

    lena

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  8. Curvo-me perante tanta ousada inspiração, sabiamente equilibrada pelo bom senso, sensibilidade e rugido.
    Obrigado ao autor e poeta Bernardo Bomtempo, prossegue humildemente o teu caminho, fala e revela a dor da alma sofrida como teu maior alimento.

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  9. J'espère que tu trouveras cependant toujours un peu de refuge dans l'amour que j'éprouve pour toi. Je t'aime.

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