quarta-feira, setembro 24, 2008

Outono




Talvez nunca a ternura fosse tanta
como entre os montes amadurecidos
e quando as casas se elevam
entre o ouro e o fumo da tarde.
Silêncio que parece vir do lento
passado,
vozes que se dão em resignada melancolia
e tomam a forma dos frutos,
vinho e sombra que apagam o mar
nas árvores
onde não tardará o abandono,
memória do que somos.
Repousam sobre a noite os grous
enquanto as cidades crescem à nossa volta
contra o sul vencido.
Vento, ramo e sombra que caem
sobre as janelas ardentes:
lá onde a púrpura se reclina
sobre a água e a beleza
a verdade começa a surgir da espuma.

(Poema de
Henrique Dória)


Imagem de Sergey Alexei

6 comentários:

  1. Tão doce este poema de Outono! Gostei muito. Beijos.

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  2. O Outono! Está quase tudo dito com esta exclamação!
    Mas, e as árvores nesta altura do ano, meu Deus? Particularmente o Liquidâmbar?
    Uma dádiva da Natureza!
    Beijinhos
    António

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  3. O Outono é a estação do ano ideal para se viverem momentos de melancolia.
    Bjs.

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  4. O Outono e o seu doce encanto.
    Belo!

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  5. por razões várias não gosto do outono, mas do poema gostei!

    parabéns ao autor.

    beij

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  6. Andei por aqui a dar uma volta.

    Achei interessante.

    Cumprimentos meus

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