sexta-feira, julho 15, 2011

Sentir


Pintura de Cliff Warner


As palavras hesitam
no abraço das madrugadas do poema.

Deslizam nas linhas nascentes,
fugazes e tímidas,
como uma jovem que se desnuda pela primeira vez
perante o seu desejo.

Palpitante,
o papel aconchega o seu espaço,
para nele acolher o derrame virginal do sentir dos poetas.

Do vazio,
surge sentido,
na recolha dos sentidos,
em silhuetas esboçadas na procura de significados.

O poema é sentir.
Sinto.

Poema de João Carlos Esteves in Gotas de Silêncio

6 comentários:

  1. Assim, em espanto, a descoberta de um poema que fala da nascente onde brotam as palavras que os poetas amam e de como, na escrita, elas aconchegam a inquietação da alma para voarem.
    Sentires à procura de outros sentires...

    Obrigada pela partilha que oferece neste espaço. A provar, que existem muitas searas na blogosfera que primam por semear tão boa poesia.

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  2. Encantou-me com este blog e suas poesia. Um projeto muito bem conseguido e só posso parabelizar a sua autora que descobri por indicação de um amigo de ambos. A musica cas muito bem neste ambiente
    Um abração
    Diogo Lacerda

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  3. Belíssimo poema!!! Belíssimo sitio! Estou muito encantado! Convido-te a visitar o meu blog e tornar-te um seguidor.
    Segue o endereço: http://filintoregoginasio.blogspot.com/

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  4. Um poema tão simples e que diz tanto! Amei!
    Bjsss da Renata

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  5. Lindo!
    De muito bom gosto este blog. Estão de parabéns os autores.
    Kisss
    Laura

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