quarta-feira, maio 15, 2013

A Música das Esperas


Ponho no forno
Um bolo de maçã
Calor e alegria
Nesta tarde.
Calorias, bem vês,
Moldam-me o corpo
São vestes,
São reversos
São afagos.

Acumulo-te em mim
Em quilos de farinha,
De açúcar, de ternura
De opressão

O que sei fica tão longe
Do que sinto
E a noite é tão profunda
Que me minto
A toda a hora
Em cada decisão.

Poema de Isabel Fraga, 
in “A Música das Esperas” pág. 22

Capa da livro



 Na suave ilustração de capa e contra-capa de Inês Ramos o novo livro de poesia de Isabel Fraga transporta-nos ao seu “Eu” interior numa lírica que transcende viagens de saudade, enternecimento, solidão e amor.
A autora de estrofe em estrofe voa pelos caminhos delicados da sua alma ao encontro de outros mundo onde se revela na mais pura das sínteses.

“…
Água de essência
Onde a verdade se reproduz.
Só as longas raízes
A pressentem.”

(in, pág. 23)

3 comentários:

  1. de crescer água na boca.

    delicioso pitéu...

    beijo

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  2. Um belo livro que já tenho em meu poder. Pena é que a editora não o tenha disponibilizado para venda em locais públicos.

    Gostei muito deste poema de Isabel Fraga.

    Um abraço

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  3. DEIXE FLORESCER A MEIGUICE
    Quando a juventude
    Pede passagem para as emoções
    A locomotiva do tempo
    Parece engatinhar as oportunidades.

    Quando o tempo
    Mostra que a paixão
    Borbulha no peito
    Queimando a carne.

    Quando os encontros
    Dizem que olhares, toques e beijos
    Provocam incêndio no corpo
    E fogo na alma.

    Quando os olhares
    Pedem toques em teu corpo
    Clamam por sensações na alma
    Imploram por emoções carnais.

    Quando a inocência
    Diz que é cedo
    Invoca a paciência
    Intimida a ação.

    Quando a idade
    Diz que há tempo
    Lembra outras necessidades
    Vivifica a responsabilidade.

    A maturidade precoce
    Faz você guardar o fogo
    Esconder a paixão
    Deixar florescer a meiguice.

    DUCI MEDEIROS
    PARA LER MAIS:DUCIARRUDA.BLOGSPOT.COM

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