Ana Campelos
Entristecem
os sorrisos
De
coração atado dentro da boca
Não
sabem como dizer
Que
nas mãos, talvez ainda coubesse o verde das colinas
E
nos olhos, a razão de todas as nascentes
Mas
a voz exangue é uma escarpa, uma vereda
De
saliva quente em poeira azeda
E as sílabas são ruínas dos olhares poentes Definham no chão, os sorrisos Na rua só se encontram Desertos imensos de palavras.
Poema de Maria João Martins
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quinta-feira, maio 30, 2013
Desertos de palavras
7 comentários:
Caros visitantes e comentadores:
Obrigada pela visita... é importante para cada um dos autores da poesia constante deste blogue que possas levar um pouco deles e deixar um pouco de ti… e nada melhor que as tuas palavras para que eles possam reflectir no significado que as suas palavras deixaram em ti.
E porque esta é uma página que se pretende que seja de Ti para TODOS e vice-versa, não serão permitidos comentários insidiosos ou pouco respeitadores daquilo que aqui se escreve.
Cada um tem direito ao respeito e à dignidade que as suas palavras merecem. Goste-se ou não se goste, o autor tem direito ao respeito da partilha que oferece.
Todos os comentários usurpadores da dignidade dos seus autores são de imediato apagados.
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Cumprimentos,
ResponderEliminarOs poemas são asas abertas e, quando voam para além das nossas mãos, tornam-se parte da paisagem do mundo.
Obrigada! Só posso sentir-me honrada por trazer as minhas palavras para aqui.
Um beijinho
ResponderEliminarSó posso felicitá-la pela escolha.
Um beijo
um belo poema. gostei de verdade.
ResponderEliminarbeijo
PALAVRAS NADA FALAM
ResponderEliminarEu, filha da lua e do mar,
Corpo que cai e tateia,
Sofro, desde a tenra infância,
Em busca dos porquês da vida.
Sobe-me à boca uma ânsia de dizer
Cala-me na alma o silêncio da ignorância.
Ando a espreitar meus olhos pelo mundo
Como um fantasma que busca na solidão
O pergaminho das respostas.
Ninguém assistiu à morte do silêncio,
Enterro de tua ignorância.
Somente a palavra – esta inquieta –
Foi tua companheira inseparável!
Nunca fui como criança
Nunca tive muitos amigos.
Tive somente a certeza das perguntas
E absoluta desconfiança das respostas.
Não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi na solidão.
A observar e encontrar a fé.
Não nos outros e em suas certezas,
Mas no silêncio e suas dúvidas.
Fiquei então sem fé,
A toda gente, falo palavras sem sentido.
Nego o silêncio, pois é uma ilusão e mais nada!
E grito então, ao silêncio das certezas
Que as palavras nada falam.
DUCI MEDEIROS
DUCIARRUDA.BLOGSPOT.COM
Adorei o poema, as metáforas, as sinestesias, tudo... Faz-me querer estudar ainda mais a poesia portuguesa... Lindo. Se puder, comente os meus poemas também :)
ResponderEliminarPoema lido no InVersos!
ResponderEliminarhttp://vimeo.com/76822134
ESTE POEMA É FASCINANTE, MEUS CUMPRIMENTOS, BJS MIL.
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