A Persistência da Memória, de Salvador Dali
Ao perto essa parede sempre branca
Caiada por um trapo de peneira
Cuidava dessa cal como quem canta
A retratar famílias, à lareira.
Nesse cuidado branco de quem espanta
Eu me revi e aos meus na erma eira.
Em outra aberta o ritual que encanta
O dar as mãos assim, junto à fogueira.
E foi então que descobri a tela
Um prego forte, um cravo por trás dela
Mãe vestida de negro, o olhar frio.
As mãos pousadas no regaço e um terço
Ajoelhada, com o olhar disperso
E ao lado um berço, esperança, mas vazio.
Soneto de José M. Barbosa
Breve nota:
Oportunamente comuniquei aqui a criação do Club de Poetas Vivos, um espaço que tinha a finalidade de juntar Poesia e Poetas e que conta, neste momento, com mais de 500 associados.
Contudo, problemas técnicos levaram-me a tomar a decisão de abandonar o CPV e o próprio Facebook.
Não foi fácil tomar esta decisão, diria até bastante penosa, mas ela foi tomada e aqui é assumida.
Grata a todos os que me deram a honra e privilégio de percorrer este caminho, que foi, contudo, bastante aliciante e me deu a coragem de levar esta ideia através do Roteiro Poético, pelo que estão convidados a uma “viagem” por aquele espaço.
Obrigada.