Ponho no forno
Um bolo de maçã
Calor e alegria
Nesta tarde.
Calorias, bem vês,
Moldam-me o corpo
São vestes,
São reversos
São afagos.
Acumulo-te em mim
Em quilos de farinha,
De açúcar, de ternura
De opressão
O que sei fica tão longe
Do que sinto
E a noite é tão profunda
Que me minto
A toda a hora
Em cada decisão.
Poema de Isabel Fraga,
in “A Música das Esperas” pág. 22
in “A Música das Esperas” pág. 22
Capa da livro |
Na suave ilustração de capa e
contra-capa de Inês Ramos o novo livro de poesia de Isabel Fraga transporta-nos
ao seu “Eu” interior numa lírica que transcende viagens de saudade, enternecimento,
solidão e amor.
A autora de estrofe em estrofe voa
pelos caminhos delicados da sua alma ao encontro de outros mundo onde se revela
na mais pura das sínteses.
“…
Água de essência
Onde a verdade se reproduz.
Só as longas raízes
A pressentem.”
(in, pág. 23)